domingo, 5 de junho de 2011

Depoimento de Naifa Ortega Ruffato

Comecei na creche no final de 1978, o começo foi muito difícil, pois eu não tinha nenhuma prática somente boa vontade. Foi preciso conquistar a confiança dos funcionários. Com muita garra consegui me fazer respeitar pelas funcionárias, pela diretoria e pelas crianças. Fazia um pouco de tudo, ajuda no banho, na comida e na limpeza, até dava aula. Mas tarde começamos a contratar mais funcionários, na área da cozinha e pedagogia. Recebi todo apoio da diretoria, mas eles só vinham alguns dias da semana e ficavam algumas horas. Com o tempo aquilo que era tão difícil se tornou a minha vida, eu vivia para a creche madre Camila. A instituição era tudo para mim e as crianças eram a melhor parte. Os diretores me ajudaram muito e começaram a entrar funcionárias que tinham a mesma proposta que a gente, isto é, dar amor as crianças, esse sempre foi o foco principal. Tive também muita ajuda e respeito ao diretor Senhor Aldo Rossetti, ele foi muito importante na minha vida, me ensinou quase tudo que sei. Os outros também foram amigos e companheiros e me respeitaram muito. Comecei a ser mais respeitada no bairro por causa da creche. Meu trabalho sempre foi aberto a toda comunidade, todos podiam ver como as crianças eram tratadas. Por todo esse respeito e admiração que recebi, agradeço muito a creche, as crianças, mães, diretoria e prefeitura. A creche cresceu e passou a ter dois núcleos, chegamos a um total de 230 crianças. Essas entravam e saiam, mais o meu amor permanecia. As crianças me realizaram como pessoa. O carinho delas me fez feliz e realizada. Se eu tivesse que começar tudo de novo, faria a mesma coisa, pois o que deu certo não se mexe. Trabalhar na creche foi a melhor parte da minha vida. Agradeço as crianças e a todos que trilharam esse caminho.  

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