A voluntária Rosa Maria Rossetti Zuccolo começou a freqüentar a creche semanalmente em meados de 1976. Ela fazia recreação com as crianças e logo percebeu que elas não sabiam brincar. Preocupada com a violência de algumas e a apatia de outras, começou a levar jogos e brinquedos e organizou um calendário de atividades recreativas a serem feitas com as crianças. Ela se preocupou, também, com o fato de que havia crianças que já freqüentavam a escola e estavam com dificuldades no aprendizado e outras que já deveriam estar fazendo uma pré-alfabetização. Então, convidou uma pedagoga para ajudá-la, sua prima Sônia Maria Berardi Savarezze. Esta introduziu atividades pedagógicas e de acompanhamento escolar. Foi um pioneirismo da entidade, pois as creches não tinham atividades recreativas e pedagógicas na sua programação normal.
Em 12 dezembro de 1976, foi realizado o primeiro Natal da creche. Teve missa, representação das crianças, comida e presentes para todas as crianças.
Havia um problema que foi preocupação da diretoria desde o início, era o abastecimento da água. Só em março de 1977 é que a Sabesp fez a ligação da água, eliminando assim o uso do poço, que estava contaminado. Neste mesmo mês, foi iniciada uma programação de encontros de orientação com as mães das crianças. Foi a vice-presidente que assumiu a tarefa.
Em abril do mesmo ano, foi feita a primeira alteração do estatuto e providenciada toda a documentação necessária para a matrícula da creche na Secretaria do Bem Estar Social da Prefeitura. Foi feita, também, a elaboração do primeiro plano de trabalho anual. No dia 30 de junho de 1977, foi publicada no Diário Oficial do Município a concessão de registro da entidade na Secretária do Bem Estar Social da Prefeitura de São Paulo. O número do processo foi 08-77. No exercício seguinte começamos a receber o per-capita para trinta crianças. Enquanto não estávamos recebendo o dinheiro da Prefeitura, e mesmo depois, a situação financeira da entidade era deficitária. As dificuldades da diretoria eram grandes. Com a graça de Deus, no dia 25 de novembro de 1977 um grupo de senhoras da comunidade de Santo Ivo, tendo como madrinhas as senhoras Rosa Maria R. Zuccolo e Célia Lauretys, organizou um grande bazar beneficente, cuja renda veio ajudar a amenizar o déficit financeiro e permitiu fazer a festa de Natal das crianças.
O ano de 1978 começou cheio de preocupações pela situação financeira e pelo fato de que o contrato de comodato da creche acabaria em maio e a diretoria não dispunha de verba para pagar um aluguel.
Na reunião de fevereiro, foi apresentada uma assistente social, Maria Cecília Castro da Purificação, que se ofereceu como voluntária e depois se transformou num enorme problema para a entidade. Ao ser dispensado, em agosto de 1979, moveu a primeira ação trabalhista contra a creche.
Quando a diretoria assumiu a creche, ela funcionava como um internato semanal. As mães só passavam o dia de domingo com os seus filhos. As técnicas da Prefeitura recomendaram que as mães devessem ficar mais tempo com seus filhos e a entidade deveria, gradativamente, ir passando algumas tarefas para elas, como as tarefas escolares e o cuidado com as roupas. Recomendaram ainda que fossem feitas matrículas só com crianças do bairro do Jaguaré e estas novas crianças matriculadas não poderiam dormir na creche.
Para atingir essas metas, foram feitas reuniões mensais com as mães das crianças. Nelas era feita uma formação pessoal e falava-se da relação delas com os filhos e delas com a sociedade. Aos poucos, os resultados foram sendo sentidos.
Em março de 1978 a creche teve publicado o seu convênio com a Secretaria da Promoção Social do Estado.
No dia 15 de maio de 1978 foi feita a assembléia geral para eleição da nova diretoria e do conselho fiscal. A diretoria ficou assim constituída:
Presidente – Antonio Costa Galvão; Vice-presidente – Renato Mattos Zuccolo; 1ª Secretária – Ma. Antonieta F. A. Campos; 2ª Secretária – Sônia Ma. B. Savarezze; 1º Tesoureiro – Custódio F.R. de Aguiar Vas; 2º Tesoureiro – Inês A. Aguiar Vas; Diretora Social – Rosa Maria Rossetti Zuccolo; Diretor de Patrimônio – José A. Buschinelli.
Conselho Fiscal – Efetivos: João Peres, Nelcy Otoni e Rosa D. Miguel.
Suplentes: João Frattini e Ma. Enid Buschinelli. Era mandato para um biênio.
As metas dessa diretoria eram a compra da sede, a conclusão da papelada necessária para a obtenção das declarações de Utilidade Pública e a busca de pessoas da comunidade que se interessassem em assumir a creche.
Devido ao fato do não recebimento da verba da Prefeitura (ela só veio no início de 1979), a entidade dependia exclusivamente das mensalidades dos sócios fundadores e dos sócios contribuintes e tinha problemas para receber as mensalidades. Resolveu, então, se filiar à Federação das Obras Sociais (FOS) para que esta realizasse as cobranças.
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