domingo, 5 de junho de 2011

1 – A CONSTITUIÇÃO



No início do ano de 1976, um grupo de jovens que se reunia no Colégio Anchietanum (dos Jesuítas), no bairro do Sumaré, na cidade de São Paulo, foi convidado a passar o dia numa confraternização com jovens de outros bairros. Esta se realizou num clube de golfe do bairro do Jaguaré. Quando a confraternização terminou, havendo sobrado muito alimento, os jovens do Anchietanum resolveram perguntar se tinha um asilo ou orfanato por perto. A pergunta foi feita numa padaria que fica na esquina da Avenida Corifeu de Azevedo Marques com a Rua Frei Paulo de Sorocaba. A resposta foi que naquela mesma rua havia uma creche que estava passando por necessidades. Ao se dirigirem a esta creche, os jovens ficaram impressionados com o estado de abandono das crianças e da casa.
Ao chegarem de volta ao colégio, encontraram um sacerdote reunido com diversos casais para uma reflexão da Bíblia. Os jovens sugeriram aos casais que fossem visitar a creche, que estava precisando muito de ajuda.
Eles foram e constataram que a fundadora, Madre Camila, havia sofrido um derrame cerebral e, por estar toda paralisada, tinha sido levada para um asilo em Divinópolis (Minas Gerais).
A creche tinha ficado nas mãos de duas empregadas domésticas que ajudavam a freira. Estas eram pessoas muito simples e uma estava bem desequilibrada mentalmente e teve que ser internada na psiquiatria do Hospital das Clínicas. Por estas limitações e sem ajuda financeira, elas não estavam conseguindo cuidar direito das crianças. As crianças órfãs tinham sido retiradas pela Assistência Social municipal e muitas mães retiraram seus filhos. Só ficaram cerca de quinze crianças, cujas mães eram empregadas domésticas e moravam com os patrões, que não queriam as crianças em suas casas.
O prédio estava em péssimo estado de conservação e a água usada era de um poço que estava contaminado. As crianças estavam desnutridas, anêmicas, com verminose, piolhos e sarna. Faltava comida, móveis, utensílios e roupas.
O grupo de casais se organizou e, no dia 13 de maio de 1976, realizou uma Assembléia Geral para a constituição oficial da “Creche Madre Camila”. A ordem do dia da assembléia era a leitura, discussão e aprovação dos estatutos, a eleição da primeira diretoria e do conselho fiscal (para um biênio).
Com exceção do presidente, todos os outros membros da diretoria e do conselho eram pessoas da comunidade do Sumaré.
A diretoria foi assim constituída:
Presidente – Antonio Costa Galvão; Vice-presidente – Maria da Gloria Penna Kondziolka; 1ª Secretária – Maria Antonieta Fanelli de Almeida Campos; 2ª Secretária – Maria Enid Penteado Buschinelli; 1ºTesoureiro – Custódio F. R. de Aguiar Vas; 2º Tesoureiro – Inês Aparecida de Aguiar Vas; Diretor social – Felix Saverio Majorana; Diretor de patrimônio – Lineu Marcos Otoni.
No Conselho Fiscal estavam os efetivos Nelcy José Otoni, Maria Celeste Otoni e Suely Campos Otoni e como suplentes José A. Buschinelli e Ma. Helena Brandão Majorana.
A primeira secretária salientou na ata que foi o espírito cristão que moveu esse grupo de pessoas a amparar e dar formação aos menores desprovidos de recursos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário